Condenados a uma agonia sem génio, não somos nem autores dos nossos extremos, nem árbitros dos nossos adeuses; o fim deixou de ser o nosso fim: a excelência duma iniciativa única - pela qual resgataríamos uma vida insípida e sem talento - faz-nos falta, assim como nos falta o cinismo sublime, o fausto antigo dessa arte de acabar. Rotineiros do desespero, cadáveres que se aceitam, sobrevivemo-nos todos e não morremos para outra coisa que não seja cumprir uma formalidade inútil. Como se a nossa vida apenas se agarrasse ao adiar do momento em que poderíamos libertar-nos dela.
EMIL CIORAN [ler Tchioran]
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