sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Chamas

6 de Agosto. Ser surpreendido por um instante de beleza tem o efeito duma agulha espetada entre duas vértebras: antes de sentir a dor, temos um calafrio; antes do calafrio, fica-se imobilizado.
Um grupo de bombeiros sorridentes, devidamente equipados e encapacetados, posa para o retrato. Dez estão de cócoras, em duas filas de seis e quatro. Os restantes nove, numa terceira fila, estão de pé (as mãos nos ombros dos colegas denotam um fraternal espírito de equipa). Por trás, um alpendre emoldura o quadro humano. Árvores desfolhadas e arbustos frondosos contornam a casa. O telhado está em chamas.
Mostro à Mihaela a fotografia, que descobri no blogue Coisas do Arco da Velha. Ela responde-me com um ditado romeno: “,tara arde, babele se piaptana” (o país arde, as avozinhas penteiam-se).

4 comentários:

  1. há que tempos hombre!
    pois muito me apraz ter um meio de acesso às suas confissões em composição... virei mais vezes espreitar... :)
    um grande abraço do miguel

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  2. sou o pereira do post anterior para que não haja dúvidas por entre os migueis...

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  3. Olá Rui

    Sou a Ana Salina, prima do Primo Rui.
    Finalmente conheço, com muito prazer, a tua prosa. Desde já me proponho tua seguidora e, quando tiveres saudades cá do burgo, grita.
    Sou assidua de mais um blog, o aminhatravessadoferreira.blogspot.com/, da autoria do meu eterno chefe Antunes Ferreira (antigo chefe de redacção do DN). Continuo compulsiva comsumidora de boas escritas.
    Beijinhos para ti e para a tua companheira, que presumo ser a Mihaela
    A(nónima)S(alina)

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  4. Olá maluco, é o primo da Anónima. Gosto da prosa e do estilo, estilo esse que eu já conheço de gingeira... Para quando o regresso à Pátria de Camões??

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