domingo, 30 de janeiro de 2011
fantasia em vento menor
Encontrando-se Roberto De Deus Silvestre e Vera São Roque agachados nas cadeirinhas de anões do seu chambre de visite, na companhia da irmã desta e do seu namorado, em amigável convívio, o estado de torpor desenvolvido com a ajuda de um estranho coquetail de amoras frescas, erva autóctone e pepinos salgados foi de ordem a mantê-los quietos, ininterruptamente, por um tempo não inferior a três horas e três quartos da dita. Findo esse tempo, em que a conversa decorreu com a fina transparência de um fio de nylan, ocorreu a uma das partes encomendar-se a seguinte questão: Estando há tanto tempo aqui sentados, que estamos nós a chocar? Porquê, somos galinhas? Não, mas temos algo no cu para libertar. Com licença, senhores. Cara amiga, sonhais, sonhais, nem tem que haver piada, quando é de dá-los, não há dever nem temer, avança-se e os outros que se cuidem, depois estamos cá nós para o comentário. A peidaria assemelha-se à época de cio entre as gatas, se é de miar, pois que miem, ninguém pode levar a mal pelo bem que sabe ao outro. E se é de rosca, pois que seja. Descasca tremoço. A mim tanto se me dá como se me deu, se é de dá-los por ti, dou-los eu, antes vindos de mim do que vindo pelo do teu, que é mal cheiroso e cabeludo. Anda, anda, querida solta-los é a todos, mas deixa um para amanhã. Olha-me este, quer a série por episódios, não te chega já os cromos que tens lá em casa. Cromos! Quem anda nos cromos e o que vêm a ser tais cromos? Não sabes tu outra coisa! Recorta-os do jornal e depois diz que é para o filho. O filho! Sabe lá ele naquela idade, a criança ainda agora começou a andar, tem mesmo vontade de dar chutos na bola, o que ela quer é não cair… Estes novos agora não são contemporâneos, são como os de antigamente. Novos e de antigamente? Ui, este saiu fino. O vento está de feição. Abram essa janela! Está aberta, nada a fazer! Está a sair aos borbotões, fujam. À varanda. Cabemos lá todos? O céu que nos areja. Tal é o aroma, saiu discreto pelo gargalo, mas ganhou corpo vendo-se ao fresco. Tem bouquet. É frutado. Ligeira adstringência. Francamente! Ora essa, à nossa saúde! E que viva muitos anos. Calou-me na fama. Vinha com chama, vinha. Será perigoso? Lá gasoso... Arredondado. Veio de lado. Vai de bolina. Já acalmou. Tantas cores. Foi dos cogumelos. Que chapelada. Que pivete. Que barraca. Boa noite. Juízo na cama. Isto agora nem de corneta. Pouco barulho.
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primeira série de frOnteira óptica
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